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Trabalho em equipe
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Domingos Armani

Conheça um pouco mais da trajetória de Domingos Armani.

Uma trajetória que me habita

Eu gosto de pensar na minha trajetória como multifacetada – muitos lugares, diferentes papeis e diversas experiências e perspectivas se retro-alimentando.


Nasci em Bento Gonçalves em 1957, na Serra gaúcha e, talvez por isso, adoro montanhas (e vinho!). De Bento vim a Porto Alegre (POA) com a família, aos seis anos (1963), onde fiquei até 1978, quando passei a morar em Canoas, na Grande POA, por dois anos, integrando um pequeno grupo de jovens idealistas envolvidos em pastorais populares e CEBs com populações de periferia, que queriam, vejam só, mudar o mundo! Foi uma experiência fundamental para minha crença na necessidade de transformação social e meus valores de solidariedade, empatia, dignidade e direitos.


Sou graduado inicialmente em Geologia (1976-1980 - rochas, montanhas, vocês já sabem...), campo do qual extraio metáforas significativas ainda hoje. Mas logo vi que gostar de natureza e pedras (“afloramentos rochosos”) não era suficiente para fazer disso um caminho profissional. Isto porque o chamado para o envolvimento social e político no final do regime militar e nos movimentos embrionários da sociedade civil organizada brasileira entre o final dos anos 1970 e o início dos anos 1980 era forte demais para toda a minha geração. Acrescente-se a isso um bom testemunho em casa, pois meus pais mantinham forte ativismo social e religioso (não era pela Teologia da Libertação, mas mesmo assim era muito positivo). E a influência de meu irmão mais velho que, estudando Teologia à época, me passava textos de filosofia (Marx incluído!).


Entre 1981 e 1984 cursei Sociologia (UFRGS), e me achei! (não, não era pela maconha no campus...). Adorava aquelas aulas que me levavam a fazer perguntas inquietantes e a mergulhar mais fundo e de forma organizada em temas tão complexos do viver em sociedade. Bem, e tinha aquela “fauna humana” toda de um campus universitário tão interessante...


Mas, eu tinha pressa.... E nem terminei a graduação em Sociologia e já ingressei no mestrado em Ciência Política (1986-1991). Adivinhem o tema da dissertação de 430 páginas redigidas à máquina de escrever? Ongs, claro! Mas elas não eram conhecidas assim naquele tempo, e eu as denominei de centros de educação e promoção popular. E a orientação teórica? Bingo, você acertou, Gramsci! O mestrado possibilitou burilar a percepção do caráter político, de disputa, da vida social e valorizar o que hoje se chama de disputa de narrativas, ou seja, o grande potencial político do discurso no espaço público.


Precisei de quase seis anos para terminar o mestrado... Imaginem pesquisar, estudar e escrever a dissertação em meio à efervescência social e política daqueles anos... Ademais, em 1983, ajudei a fundar uma ONG, que tampouco se chamava assim (era o CAMP – Centro de Assessoria Multiprofissional). Lá fiquei por oito anos (1983/1991), passando de voluntário, à integrante da equipe de assessores, depois por quatro anos Secretário Executivo e, por fim, novamente de volta à equipe. Até que...


Em março de 1991 fui contratado pela Ong britânica Christian Aid, para assumir o posto de Progamme Officer para Brasil, Paraguai e Chile. E lá fui eu viver e trabalhar em Londres por seis anos (1991-1997). Experiência bárbara em muitos sentidos, mas especialmente por poder contrastar as circunstâncias e a cultura brasileira em relação ao continente latino-americano e europeu, discernindo melhor nossas qualidades singulares e também nossas mazelas, indeed!


Desde 1997, quando retornei ao Brasil, passei a atuar como consultor independente em desenvolvimento social e institucional, de volta a POA. Como consultor, tenho interagido com uma multiplicidade de tipos de sujeitos na sociedade civil, como organizações e grupos comunitários e movimentos sociais, organismos eclesiais, pastorais e ecumênicos, Ongs e organizações/redes da sociedade civil, institutos e fundações, e organizações, agências e fundações internacionais. Tanta gente maravilhosa.


Nestes cerca de 25 anos de consultoria tenho trabalhado sobretudo com avaliações institucionais, planejamento estratégico, mobilização de recursos e sustentabilidade, sistemas de governança, modelos organizacionais e de gestão, elaboração e gerenciamento de projetos sociais, facilitação de seminários e oficinas, cursos e palestras, além de sistematização e produção de conhecimento.


Minha abordagem é a do desenvolvimento institucional – uma visão sensível, sistêmica, complexa e dinâmica dos processos de mudança e permanência nas organizações; aquela história – se queres conhecer uma organização sem pertencer a ela, “entre pela cozinha”.


Minhas publicações (pequenas, médias e nem tanto...) podem ser visualizadas e muitas delas baixadas na seção Publicações deste site.


Tendo sido voluntário em uma ONG, depois integrante de sua equipe, daí dirigente, depois representante de agência financiadora e, por fim, consultor, me permite carregar a riqueza desta trajetória como um acervo de experiências e vivências que me alimentam e me desafiam constantemente a pensar e nutrir uma percepção complexa da vida e das organizações.


Seguimos...

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